domingo, 14 de março de 2010

TP 1 - Estudo e reflexão

Secreteria Municipal de Educação
Coordenação Municipal do GESTAR II
Curso de Formação em Língua Portuguesa
Formadora: Maria Dalva M. e Marques
Axixá – Maranhão


Plano de encontro – Oficina -TP 1 (unidades 1 e 2) data: 12.10.09 - CH: 04:00h (manhã)

* OBJETIVOS

 Apreciar criticamente objetivos e condutas docentes relacionadas ao ensino e aprendizagem das variantes linguísticas, considerando a relação entre língua e cultura, a ocorrência de dialetos e registros do Português ;
 Refletir sobre os níveis da linguagem (culto, informal e literário), suas modalidades (oral e escrita) discutindo limites e importância desses níveis e marcas das modalidades tratadas;
 Trocar impressões e sugestões acerca de estratégias que melhor respondam aos novos postulados do trabalho didático com a língua;
 Sugerir procedimentos avaliativos que oportunizem a reflexão e (re)ação do fazer pedagógico com a linguagem.

*OBJETO DE ESTUDO: Variantes linguísticas: dialetos e registros/ desfazendo equívocos

*ESTRATÉGIAS
 Leitura de texto seguido de reflexão;
 Estudo e discussão em grupo do TP 1, unidades 1 e 2;
 Encaminhamentos sobre discussão do próximo estudo.

*AVALIAÇÃO

Serão observados para este fim;
 Empenho na investigação do material de estudo; intervenções em plenária;
 Observação do nível crítico das reflexões socializadas.

*RECURSOS
 Material de ensino (Guia Geral, TP 1 e AAAs 1 – professor e aluno); textos impressos;
 Papel A4

Plano de encontro – Oficina -TP 1 (unidades 3 e 4) data: 12.10.09 - CH: 04:00h (tarde)

* OBJETIVOS

 Dialogar criticamente sobre os méritos do trabalho com o texto no processo de ensino e aprendizagem da língua;
 Refletir sobre os diferentes pactos de leitura do texto, a partir da diversidade de elementos circunstanciais de sua produção e circulação: intencionalidade do seu autor, público-alvo, momento histórico, suporte, etc., analisados nos textos e diferentes modos de intertextos;
 Reavaliar e redirecionar conhecimentos e práticas docentes,através de uma proposta de plano didático, com vistas a resultados esperados no processo educativo.

*OBJETO DE ESTUDO:
 O texto como centro das experiências no ensino da língua;
 A intertextualidade.

*ESTRATÉGIAS

 Leitura de texto seguido de reflexão;
 Estudo em grupo do TP 1, unidades 3 e 4, seguido de socialização;
 Planejamento de transposição didática com base no TP trabalhado.

*AVALIAÇÃO

Serão observados para este fim;
 Intervenções em plenária; observação do nível crítico das reflexões socializadas.

*RECURSOS
 Material de ensino (Guia Geral, TP 1 e AAAs 1 – professor e aluno); textos impressos;
 Papel A4

RELATÓRIO REFLEXIVO

Os trabalhos com este TP ocuparam dois encontros (manhã e tarde)relizados dia 12 de outubro. Levando-se em conta a proximidade com o “Dia do Professor”, iniciou-se o dia com a leitura do texto SER MESTRE É... (com a distribuição do texto em cartão para ser usado como marcador de leitura). A título de enriquecimento teórico sobre o assunto em pauta, foi afixado na lousa, junto com a epígrafe, o texto extraido da revista Nova Escola (sessão SOS Português): Qual é a diferença entre a norma gramatical, a padrão e a culta? A iniciativa foi muito feliz, pois a reação demonstrada pelos cursistas deixou claro que ainda paira muita dúvida a esse respeito.
E por falar em dúvidas de ordem teórica, alguns cursistas alegaram insegurança para proceder ao avançando na prática da unidade 1, por enfrentarem dificuldade de identificar e distinguir conceitos como idioleto e registro (nada que um bom plantão pedagógico não resolva); isto pode ser um indicador da fragilidade dos cursos de formação inicial, oferecidos a título de se cumprir a exigência da LDB para o exercício da docência.
Para desenvolvimento das oficinas, adotou-se o procedimento de estudo e reflexão em pequenos grupos e socialização no grande grupo; cada equipe ficou encarregada por uma seção de cada unidade: a equipe 1 ficou com todas as seções 1 (da primeira, segunda, terceira e quarta unidades) a 2 e a 3 pelas sessões respectivas.
A problematização se sustentou em comentários sobre um dos textos-base para questões do simulado do ENEM (SEDUC-MA), que trata da “língua na ponta da língua e a linguagem na superfície estrelada de letras” (uma bela referência metafórica à norma e à gramática internalizada, etc,); este momento continua com passagens da epígrafe do dia: o poema “pronominais”, de Oswald de Andrade (leitura oral feita pela professora Samira - foto abaixo); mencionou-se também trechos da composição Querelas do Brasil, interpretada por Elis Regina.
Mesmo explorando, de forma reflexiva o TP, incluindo o desfazendo equívocos, alguns professores demonstraram resistência em aceitar a variação lingüística como tal, deixando escapar isso na afirmação, bem antes do estudo do TP: “Eu quero logo trabalhar variação lingüística, porque eu preciso corrigir o erro do aluno”. Mas graças a Deus e à preocupação empenhada em se superar esse quadro, que outros professores já conseguem, na prática docente, demonstrar que as coisas estão mudando para melhor.
A reflexão permitiu ainda observar-se que a prática com a leitura, o trabalho com o texto ajuda o aluno a descobrir as diversas formas a ele disponíveis para dizer uma mesma coisa; que essa diversidade de formas é fato natural e consequente da diversidade cultural (a língua é um produto cultural e um veiculador da cultura, inclusive da cultura de preconceito lingüístico, preconceito ao idoso, etc., que menospreza valores individuais e grupais constutidos historicamente); ficou patente nesta reflexão a existência de uma prática linguística atendendo, e bem, às necessidades do cotidiano, em situações de informalidade, e de outra para situações opostas às das situações informais; o que se deve é atentar para o fato de que, como falantes, precisamos do conhecimento lingüístico de ambas as práticas, pois a vida não é feita só de situações formais ou de circunstâncias informais, que nem só de escrita vive o usuário da língua, mas também de toda a oralidade vinda do convívio social; e por fim é bom conscientizar-se de que competência comunicativa tem quem consegue se comunicar em qualquer situação, quer seja narrando fatos ou compreendendo bem as narrativas feitas; expondo pontos de vista ou assumindo posicionamentos diante das opiniões de outrem.

Os cursistas consideraram válida a oficina, pela abordagem de um assunto tão relacionado alguns motivos do insucesso no ensino de língua materna em sala de aula; considerando os aspectos a serem melhorados, avaliaram a questão do tempo: insuficiente para debates tão instigantes; portanto, faz-se necessário o melhor aproveitamento deste por todos que compõem esta formação. Nada mais a considerar, encerou-se a jornada deste dia às 17:00 horas, com os encaminhamentos para o estudo a distancia e próximas oficinas com o TP 2 (dois).

A seguir, uma reflexão sobre a língua, com ilustrações das equipes em atividade.

aula de português
Carlos Drummond de Andrade

A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender. A linguagem

na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe
e vai desmatando
o amazonas da minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.

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